O café é originário de Kaffa (Sudoeste da Etiópia). Segundo a mais
famosa lenda, foi descoberto por volta do século III d.C por Kaldi, um pastor
de cabras.
Kaldi, ao perceber suas cabras mais agitadas do que de costume, começou a observá-las. Depois de muita preocupação e atenção, notou elas se alimentando dos frutos de um arbusto comum na região. Sem saber o
que fazer, procurou um monge para orientação.
Esse, como de costume na
época, concluiu que os efeitos eram “obra do demônio” e mandou queimar todos os
arbustos encontrados. Com o fogo, um aroma agradável tomou conta da
região e atriu a atenção dos monges. Ao perceber que o perfume vinha dos grão torrados, chegaram a conclusão que
um aroma daqueles não poderia ser obra maligna. Resolveram recolhê-los e depois de algumas ponderações, moeram os grãos e adicionaram água quente para a infusão.
Nasceu assim o café, que passou a ser tomado pelos monges para resistir
ao sono na hora da oração.
A notícia da bebida perfumada, gostosa e energética se alastrou pelo
mosteiro, e pelos outros mosteiros até ganhar o mundo.
Tempo se passou e só no século 18 que as casas de café começaram a surgir pelas cidades. No século 19,
quando se tornaram pontos de encontro de intelectuais, ganharam decorações de
interiores de palácios e características de instituições culturais.
Atualmente, esses cafés são visitados e apreciados por todos. Seja para
tomar um café, lanchar, encontrar alguém ou só admirar. Não há quem resista uma escala gostosa como essa.
Com base na lista feita pela ucityguides,
pesquisei sobre os 10 cafés eleitos os mais bonitos do mundo.
Café New York
HUNGRIA – Budapeste
O Café New York fica no térreo do Hotel New York Palace
(que hoje pertence ao grupo Boscolo). O prédio em estilo
eclético foi construído de 1891 a 1895.
No dia 23 de Outubro de 1894, Sándor
Steuer abriu o café.
Seus interiores eram todos feitos com mármore, bronze, seda e veludo, o
que levou o local a uma comparação com o palácio do Rei Luis II da Bavária. O
Café se destacou mais ainda no comecinho do século XX quando se tornou ponto de
encontro dos círculos sociais intelectuais de Budapeste.
Na primeira Guerra
Mundial a gerência mudou e um restaurante foi montado no local. O New
York Café – and Restaurant virou o mais elegante restaurante da
cidade. No entanto, com a crise de
1930, teve que fechar as portas e passou a operar como armazém. Só em 1954, reabriu com o nome de Hungária.
Em 2001, o grupo
italiano Boscolo começou a
restauração do prédio. Em 2006, o Café
New York reabriu e impressionou os visitantes com seu pé direito
monumental e sua beleza restaurada do início do século XX.
Caffè Florian
ITÁLIA – Veneza
Aberto em 1720 com o nome Caffè alla Venezia Trionfante, é o café mais antigo da Europa. Logo levou o nome Caffè Florian em
homenagem ao seu primeiro
proprietário, Floriano Francesconi.
Situado na famosa Piazza San Marco,
o café parece um palácio no seu
interior. Quando inaugurado tinha apenas duas saletas, mas em alguns anos foi
ampliado para quatro. As salas, não muito largas, são decoradas com afrescos e
espelhos. Nas cadeiras que ficam do lado de fora, a decoração é a Piazza e seus vistantes.
Ponto de encontro de escritores e artistas do passado (Goldoni, Goethe e
Casanova), era o único café da época que permitia a entrada de mulheres.
O preço condiz com seu valor. Por um café não se paga menos de 6 euros
acrescido de gorjeta obrigatória e taxa de musica da orquestra. Assim, um
cafezinho sai por no mínimo 10 euros.
Cafezinho... se é que podemos chamá-lo assim, pois o café é gostoso e
tem uma apresentação linda.
Café
Central
AUSTRIA – Viena
Situado em um prédio histórico, como a maioria dos cafés da Europa, foi
inaugurado em 1876 com o nome de Chess School. Logo se tornou ponto
dos intelectuais de Viena e em 1913 tinha como freqüentadores assíduos Freud,
Lenin, Trotsky e Hitler. Diz-se
que foi nele que Trotsky planejou a revolução Russa.
O Café Central chegou a fechar logo após a Segunda Guerra Mundial
e só reabriu em 1975 com a reforma do Palais FersteI. Desde então não
deixou de ser ponto de encontro tanto de moradores da cidade como de turistas.
Hoje em dia oferece, a tarde, musica clássica ao vivo.
Café
Imperial
CHECOSLOVÁQUIA – Praga
Localizado no centro de Praga (que é protegida pela UNESCO), o Café
Imperial pertence ao Praga Art
Deco Imperial Hotel, o cinco estrelas datado de 1914. Poucos foram os cafés
da cidade que resistiram a Segunda Guerra Mundial. Felizmente, esse sobreviveu.
Considerado uma preciosidade da Art
Deco, pode-se visitá-lo para o café da manhã, almoço, jantar ou apenas para
um café. O importante é ter um tempo para apreciar seus mosaicos e painéis de
azulejos, seus móveis de mogno brilhante e sua culinária tão famosa.
Café
de La Paix
FRANÇA – Paris
Para mim tem gostinho de viajem com meus pais, para os parisienses
gostinho de historia, cultura, luxo e de Paris.
Inaugurado em 30 de junho de 1862 para servir o Grand-Hotêl de la Paix,
foi projetado pelo mesmo arquiteto da Ópera
de Paris, Charles Garnier. No
térreo do hoje Hotel InterContinental, preserva a beleza da época.
No século 19 foi freqüentado por Tchaikoviski, e na Belle Époque pelo Príncipe de Gales e então futuro rei do Reino
Unido, Edward VII.
Em 22 de agosto de 1975, o governo da França declarou o Café
de la Paix patrimônio histórico nacional.
Café
Majestic
PORTUGAL – Porto
Situado no lugar mais central da cidade, na Rua Santa Catarina, o café
projetado por João Queiroz abriu as portas em 17 de dezembro de 1921. Como eles próprios falam, mais do que
um café o Majestic conta a história do Porto dos anos 20. Porto da Belle Époque, dos escritores e dos
artistas.
Todo em estilo Art Nouveau,
tem um jogo óptico de amplitude por conta dos seus espelhos enormes
intercalados por luminárias de metal nas paredes.
Confeitaria Colombo
BRASIL – Rio de Janeiro
E quem disse que ficamos longe da listinha? Estamos de igual para igual
nessa lista de mais belos cafés pelo mundo!
Fundada em 1894, até hoje mantém seu estilo original. São 4 andares e 3 salões enormes
decorados com 8 espelhos belgas bisotados. Medindo 3x6 metros e pesando 1 tonelada e meia cada um,
esses espelhos não passam desapercebidos. 5 cristaleiras guardam as loucas do
inicio do século e tacas de cristal bordadas a ouro. No teto, uma clarabóia em mosaicos coloridos deixando entrar
a luz natural.
Em 1920 foi visitada pelo rei Alberto da Bélgica e em 1968 pela rainha
Elizabeth. Os presidentes Juscelino Kubitschek e Getúlio Vargas eram habitués.
No meio da confusão do centro do Rio, almoçar ou tomar um café na Confeitaria Colombo é uma experiência a
parte. Um belo lugar para se desligar do corre-corre para quem trabalha por ali
e também um ponto turístico incrível para quem visita a cidade
maravilhosa.
Caffè Gambrinus
ITÁLIA- Nápoles
O café literário mais famoso de Nápoles foi inaugurado em 1860 e logo
foi reconhecido por decreto como “Fornecedor
da Casa Real”. Sua fama não
vem só por ser o primeiro café da cidade.
Desde que abriu, recebe a realeza, artistas e celeridades.
Seu interior foi pintado pelos melhores pintores da escola napolitana.
Também na decoração,
vários artistas marcaram sua presença com poemas, dedicatórias ou fotos.
Gabriele D’Annunzio escreveu em uma mesa a poesia “O Vucchella” que foi mais tarde musicada por Tosti e registrada por
Caruso em 1919. Outras lembranças
são de Ernest Hemingway, Oscar Wilde, Guy Maupassant, Jean Paul Sartre, etc.
Café Tortoni
ARGENTINA – Buenos Aires
Inaugurado em 1858, teve sua entrada modificada para o local atual (Av.
De Maio, 825) em 1898. No século 20, era referência obrigatória para quem
queria ser alguém na cultura argentina. Nele funcionou a associação literária
de maior importância de Buenos Aires.
Jorge Luis Borges e Carlos Gardel eram freqüentadores assíduos. Diz-se que Borges e seus amigos não
eram os melhores cliente, pois ocupavam mesas e gastavam pouco. No entanto,
eram bem vindos por dar fama e notoriedade à casa.
O café tem uma valiosa biblioteca e oferece aos seus clientes lugares
para ler, apreciar a arte, ouvir musica, dançar, jantar, lanchar ou apenas
tomar um café.
Caffè Greco
ITÁLIA – Roma
O Caffè Greco abriu em 1760 em uma das ruas mais luxuosas do mundo,
e com certeza a mais chic de Roma. No número 86 da Via dei Condotti, encontra-se o café mais antigo de Roma e o segundo
mais antigo da Itália. Ainda com
sua decoração original encanta quem passa por lá. O mobiliário da época se
mistura com espelhos, pinturas românticas, madeira e mármore. Para completar o
clima, os atendentes servem as mesas vestidos com fraques.
Desde de que abriu, até os dias atuais, é freqüentado por intelectuais,
celebridades e políticos importantes.
O Caffè Greco nunca perdeu sua fama ou seu charme.
Hmmm...
Que tal uma pausa para um cafezinho?